Ellen DeGeneres, Madonna e mais!
Mariana Canhisares/28.06.2019
No mês do Orgulho LGBTQ+, relembre alguns dos artistas da música, da TV e do cinema que apoiam e defendem os direitos do movimento no mundo:
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- Como Babadook se tornou o ícone gay
Ellen DeGeneres
A comediante norte-americana é considerada uma das pioneiras na defesa dos direitos da população LGBTQ+. Nos anos 1990, quando protagonizava uma sitcom de destaque na TV americana, Ellen DeGeneres publicamente se assumiu lésbica, contrariando o conselho de muitos colegas que diziam que a atitude acabaria com a sua carreira. No curto prazo, a humorista realmente lidou com uma repercussão negativa: seu programa foi cancelado e ela ficou sem trabalho durante três anos. Porém, ela não apenas recuperou seu espaço na televisão e se tornou uma das humoristas mais conhecidas do país, como continuou a levantar a bandeira da diversidade.
“Teve uma época na minha vida que eu não era escolhida”, disse no Teen Choice Awards. “Era o oposto de escolhida porque era diferente e quero garantir que todos saibam que o que te torna diferente hoje é o que te faz se sobressair mais tarde na vida. Então você deve sentir orgulho se ser diferente. Você deve ter orgulho de quem é”. Olhando em retrospecto, DeGeneres é realmente uma das responsáveis para que Hollywood tenha se tornado mais receptiva à diversidade com o passar dos anos.
O ativismo da apresentadora foi reconhecido em 2016 pelo então presidente Barack Obama, quando ela recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade, uma das maiores honrarias dadas aos civis no país. No discurso, Obama relembrou como ela desempenhou um papel importante não apenas para a comunidade LGBTQ+, mas também para ajudar “a empurrar o país na direção da justiça”.
Ian McKellen
“Nunca conheci uma pessoa gay que se arrependeu de se assumir – incluindo eu mesmo”, escreveu no Twitter Ian McKellen, o Gandalf de O Senhor dos Anéis, em 2018. “A vida finalmente começa a fazer sentido, quando você é aberto e honesto. Hoje é o aniversário de 30 anos da discussão na rádio da BBC quando eu publicamente disse que sou gay. Então, estou celebrando”.
O ator britânico sempre foi bastante vocal sobre os direitos LGBTQ+. Além de escrever e falar publicamente sobre o assunto em diversas ocasiões, nos anos 1980 ele cofundou o Stonewall UK, uma instituição de caridade que defende a igualdade jurídica e social desta população. Ele também costuma marcar presença em Paradas ao redor do mundo, vestindo as cores da bandeira LGBTQ+.
Madonna
“Vogue”/Madonna/Youtube
Intérprete de um dos hinos mais emblemáticos do movimento LGBTQ+, Madonna sempre foi bastante vocal sobre a causa. Nos anos 1980, ela foi uma das pessoas que combateu o preconceito contra a população afetada pelo HIV, que fez muitas vítimas na comunidade gay.
Mais recentemente, em 2012, a cantora se posicionou contra uma lei que acabara de ser aprovada na Rússia – e está em vigor até hoje – que proíbe defender outras orientações sexuais que não a heterossexual. Madonna não apenas distribuiu pulseiras rosas para o público como um símbolo do apoio deles à causa LGBTQ+, como fez um belo discurso sobre diversidade:
“É um momento muito estranho no mundo. Sinto que as pessoas têm cada vez mais medo das outras pessoas que são diferentes, as pessoas estão se tornando mais e mais intolerantes. É um tempo muito assustador, mas nós podemos fazer a diferença. Nós podemos mudar isso. Nós temos o poder. E não precisamos de violência, nós apenas precisamos do amor”.
Laverne Cox
Netflix/Divulgação
Laverne Cox, uma das caras do ativismo trans na atualidade, fez história na série Orange Is The New Black ao ser a primeira pessoa trans a ser indicada a um Emmy em uma categoria de atuação. Ela aproveitou esse destaque para realmente educar as pessoas nos Estados Unidos sobre as questões da população trans, falando em 44 universidades espalhadas pelo país e compartilhando, inclusive, sua experiência pessoal na juventude.
Sua contribuição para a comunidade foi tamanha que, em 2014, ela recebeu a maior honra do GLAAD Media Awards – prêmio da organização não-governamental que monitora e luta pela representação LGBTQ+ na mídia -, tornando-se a primeira mulher trans a ser homenageada.
“É importante que as pessoas contem histórias diversas”, disse no seu discurso. “Acredito que esse deva ser o objetivo de todo mundo. Todos temos a capacidade de sermos o opressor. Encorajo que todos se questionam sobre como podem ser o opressor e como podemos nos tornar libertadores de nós mesmos e dos outros”.
Ellen Page
“Aprendi que a beleza, a alegria e até mesmo a dor do amor são os presentes mais incríveis que alguém pode dar e receber como um ser humano. E nós merecemos viver o amor por completo, em igualdade e sem vergonha”, disse Ellen Paige durante a conferência Human Rights Campaign’s Time to Thrive de 2014, quando ela se assumiu lésbica publicamente.
Desde então, a atriz não economizou esforços para dar destaque às questões LGBTQ+. Entre eles, estava a série Gaycation, em que ela e Ian Daniel visitaram cidades ao redor do mundo, inclusive o Rio de Janeiro, para entender como cada lugar enxerga esta comunidade – assista aqui ao episódio sobre o Brasil.
Bárbara Gancia
No impresso, na TV e nas redes sociais, a jornalista Bárbara Gancia é uma das vozes no Brasil que discute os direitos LGBTQ+ com bom humor, mas sem medo de se posicionar sobre assuntos polêmicos. Recentemente, durante a Parada deste ano, ela se emocionou falando sobre como o país mudou desde sua juventude, inclusive nas últimas semanas, com a criminalização da homofobia; veja acima.
Stephen Fry
O ator, roteirista e comediante britânico Stephen Fry é ativista dos direitos da população LGBTQ+ há mais de 30 anos. Não à toa, ele foi premiado neste ano no British LGBT Awards. No documentário em duas partes Stephen Fry: Out There, ele explorou como é a vida das pessoas homossexuais ao redor do mundo, incluindo o Brasil.
Lady Gaga
“Independente de gay, hétero ou bi, lésbica, ou vida transgênero, estou no caminho certo, baby, nasci para sobreviver”. Lady Gaga, a voz de “Born This Way”, definitivamente não poderia ficar de fora desta lista.
A cantora usa sua plataforma sempre que pode para apoiar as causas da comunidade, seja no palco, seja nas manifestações de orgulho LGBTQ+. Para ela, sair em defesa dos direitos desta população é um verdadeiro compromisso. “Quando comecei no mainstream foram os gays que me levantaram. Me comprometi com eles e eles, comigo. É por causa da comunidade gay que estou onde estou”, disse, em 2009.
Em 2010, por exemplo, a artista foi ao VMA acompanhada de membros do exército americano que tiveram que deixar seus cargos por causa de uma política que proibia que eles se assumissem gays. “Se não defendermos o que acreditamos e se não lutarmos por nossos direitos, logo teremos tantos direitos quanto a carne nos nossos ossos”, afirmou, vestindo o icônico vestido de carne.
Vale notar também que, em 2012, Gaga lançou uma fundação sem fins lucrativos, cujo objetivo é dar o suporte necessário para que os jovens possam se tornar líderes e, assim, fortaleçam suas comunidades. Entre as ações da instituição está dar assistência à saúde mental dessa geração, que sofre com o bullying por simplesmente serem quem são.