Como Natalie Portman mergulhou no mundo pop para viver uma cantora em Vox Lux

Atriz fala sobre inspirações e sua familiaridade com interpretar figuras públicas

Como Natalie Portman mergulhou no mundo pop para viver uma cantora em Vox Lux
Mariana Canhisares/omelete/29.03.2019                                                                                                                                              

“Sou uma garota reservada em um mundo público”. A música “Private Girl”, uma das várias faixas que Natalie Portman canta em Vox Lux – O Preço da Fama, resume bem o espírito da sua personagem Celeste no filme. Não somente pela letra, que por si só indica o dilema e as situações vividas pela excêntrica cantora pop. Mas, sobretudo, pela maneira como a batida disfarça a vulnerabilidade e as angústias de se estar sob escrutínio público praticamente 24 horas por dia, desde sua adolescência. Afinal, por trás dos figurinos, de todo aquele glitter e das muitas manchetes, Celeste é humana, nas suas virtudes e defeitos.

“Ela tem tantos lados. É forte, vulnerável, cruel e generosa. Ela é diferente em todos os relacionamentos da vida dela”, analisou Portman ao Omelete, elogiando a protagonista e os demais personagens criados pelo diretor e roteirista Brady Corbet. “Eles são verdadeiros, específicos e interessantes”.

De fato, nas suas peculiaridades, Celeste parece uma artista que poderia estar no topo das paradas hoje ou emplacando hits nos últimos 15 anos. Embora não seja baseada em uma pessoa específica, a veracidade da performance de Portman vem do estudo de estrelas da vida real. “Assisti a todos os documentários sobre estrelas pop que consegui encontrar – e são muitos! -, que me ajudaram a entender o estilo de vida desses artistas e temas comuns, como conflitos com membros da família que também essencialmente trabalham para eles”.

A experiência prévia da atriz também contou para a construção da personagem. Depois de Cisne Negro e Jackie, ela já tinha alguma familiaridade com mulheres que sofrem estando nos holofotes – ainda que Celeste, Nina Sayers e Jackie Kennedy lidem com cenários bastante distintos. “Claro que já explorei temas semelhantes sobre performance, ser uma figura pública, ter uma agência cuidando da sua própria narrativa”, relembrou. Mesmo os curtas de humor do Saturday Night Live tiveram alguma influência – “em Natalie’s Rap fiz uma personagem durona, então tenho certeza que há ecos ali” -, assim como sua própria carreira.

“Minha experiência pessoal é tão diferente da de Celeste, mas claro que tenho alguma compreensão de como é ser observada publicamente desde jovem e como isso pode afetar seus relacionamentos”, contou a atriz, que trabalha em Hollywood desde os 13 anos, quando estrelou O Profissional.

Porém, sem as músicas, a personagem não se sustentaria. SIA foi a responsável por traduzir nas canções a jornada de Celeste e, para Natalie Portman, ela fez toda a diferença. “Admiro tanto a SIA e seu trabalho. Realmente me senti sortuda de poder cantar suas músicas. Ela é uma artista de verdade e era tão necessário para o nosso filme ter a credibilidade da música pop real para que qualquer parte da história fosse crível”.

Vox Lux – O Preço da Fama já está em cartaz nos cinemas.